quinta-feira, 30 de abril de 2009

1º Encontro do C4

Diz a tradição que "...casamento molhado é casamento abençoado”. Logo não poderíamos ter começado melhor. Numa manhã chuvosa, apresentaram-se no local combinado os primeiros “aviadores” com as suas maravilhosas máquinas. Dos presentes apenas um, eu, borregou na final curta e viajou no seu contemporâneo em vez de levar o seu clássico. Como só se explica quem perde, não me vou alongar mais.


O parque do restaurante da Serafina em Monsanto engalanou-se com tamanha demonstração de bom gosto. Marcaram presença neste 1º encontro do C4-Crew Classic Car Club os seguintes carros: STUDBAKER Champion Coupé de 1939, CITRÖEN 2CV de 1988, FIAT 124 Spider de 1973, ALFA ROMEO 1750 de 1968, MGB de 1965 e um AC Shelby Cobra (Réplica) de 1996.



Após alguns momentos de contemplação das máquinas, dirigimo-nos para o repasto que foi servido em quantidade e qualidade. O tema de conversa foi monopolizado pela paixão automóvel e aeronáutica. Excelentes contactos e trocas de informações foram passados entre os presentes. Estes dados foram sendo registados pela organização, de forma a que outro sócios que não puderam estar presentes a possam ver no nosso blog.



Foi manifestada vontade de se repetir a iniciativa mensalmente, ficando já agendado novo almoço para o dia 29 de Maio de 2009 no mesmo local.


Bem hajam a todos os que se deslocaram a Monsanto, bons voos e melhores aterragens.



As fotos:

















Citröen DS 21 I.E. Pallas

O que faz um “Alfista” com um “DS”???? Nem eu sei, mas a verdade é que o tenho e gosto do carro, ou melhor... acho-lhe graça! De facto a filosofia da Alfa e da Citröen são completamente diferentes.

Lembro-me de ver na minha infância, no princípio dos anos 80, muitos "bocas-de-sapo". O parque automóvel era velho e era frequente avistar carros esquisitos e/ou diferentes, era o caso do “sapo”. Apesar de ser velho tinha de facto um espírito novo, aquelas linhas e aquelas inovações técnicas faziam dele um "cota" baril.

Os faróis direccionais, a suspensão hidropneumática, a direcção assistida, os travões assistidos, a caixa semi-automática, a injecção electrónica, o extremo conforto geral, a excelente pele dos bancos, exagero de cromados e o desenho (de um italiano Flaminio Bertoni!!!), são atributos que me fazem olhar para este carro com outros olhos, visto que saiu da fábrica no ano de 1969.
"Déesse" é deusa em francês e de facto em 1955, aquando do seu lançamento, o público ficou espantado com tamanha divindade e logo as encomendas superaram a produção. Foi sem dúvida um carro inovador e talvez por isso foi considerado o carro do Sec. XX. O “DS” estava para o mundo automóvel assim como o Concorde estava para o mundo aeronáutico, velozes, confortáveis, franceses e ambos rompiam com o tradicional... O que estava a dar era o "avant-garde", eram sem dúvida projectos de um futuro distante na presente realidade.

O meu exemplar é um DS 21 I.E. Pallas e foi pertença do director da Citröen em Portugal. O carro foi-lhe oferecido pela marca em 1969. Penso que tenha sido dos primeiros, senão o primeiro, de injecção a vir para o nosso país. O carro pouco andou, tem apenas 68500 Km, comprovados pelo livro de revisões e só lhe arranjei umas ferrugens e pintei-o recentemente, de resto está tudo igual, nunca lhe mexi nem na mecânica nem nos interiores.

Foi o carro que salvou o General Charles De Gaulle do atentado. Mesmo com um furo o carro portou-se muito bem e trouxe o presidente da França são e salvo.

Interiores:










Suspensão em cima e em baixo:











“Master Warning”, “Master Caution”!
A grande luz de “STOP” no centro do painel significa que se continuarmos a viagem pudemos ficar sem travões, sem direcção, sem caixa e sem suspensão. Problemas de hidráulicos, muito provável “Direct Law”!

O meu 1º ALFA



Com 18 anos tirei a carta e o meu pai ofereceu-se para me comprar um carrito tipo FIAT Uno ou outra coisa do género que havia na altura. Nem hesitei: por esses valores o que eu quero é um Alfa Romeo Junior! O meu pai até achou graça à ideia e assim comprei um 1750, que não era Junior, mas era o que eu tinha visto com os interiores mais do meu agrado. Sem saber acabei por ter um primeira série, carro mais raro e cotado, como carro do dia-a-dia.
Fiz tudo o que havia para fazer como um carro normal, enchia-o de amigos e ia sair à noite, namorei, viajei por esse país fora, fazia as mais loucas tristezas que um jovem podia fazer com um carro nas mãos, nunca me matei e nunca matei ninguém... por sorte.


Na altura não passava de um carro velho engraçado e que até andava bem. Sempre pensei que um dia o Alfa entregasse a alma ao criador e me deixasse a pé... nunca aconteceu, por muito que tenha "tentado". Acabei por o "restaurar" e tenho-o mantido muito bem, pelo menos faço por isso.


Como quase todos os carros desta idade já teve muitos donos e, como a curiosidade mata, resolvi saber quais foram. Fui à DGV e pedi o historial dos registos desta matrícula... ora aqui vai:
14/03/1969 - Mocar, Lda - Lisboa,
02/04/1969 - Roberto Fernandes - Estoril
10/10/1970 - Manuel Castro - Maia
19/01/1973 - João Cunha - Lisboa
31/10/1984 - Maria Cunha e Ruy Cunha - Porto
31/01/1984 - António Marques - Estarreja
16/12/1985 - Ismael Leite - Feira
09/06/1986 - Manuel Costa - Oliveira do Hospital
25/01/1989 - Vítor Caipira Lei - Lourosa
30/07/1991 - José de Oliveira e Sá - Porto
19/12/1994 - Miguel Bento - Porto

Em relação às especificações técnicas, o que posso realçar de extraordinário para a época é o seguinte: - travões de disco às 4 rodas - Bloco, cabeça e muitas outros componentes do motor em liga de alumínio - Duas árvores de cames à cabeça - Dois carburadores duplos Webber - Servofreio - Caixa sincronizada de 5 velocidades - Autoblocante - 1750 cc e 132 cv



Fotos: "Bright and Flash 1", "Racing Day", "Top Speed", "Face Lift", "Learning to Fly", "Italia tour" and "Bright and Flash 2".

quarta-feira, 29 de abril de 2009

1º ENCONTRO

5ª Feira
30 de Abril de 2009

Faremos este primeiro encontro no restaurante “Papagaio da Serafina” em Monsanto.
Chegada ao parque às 12H00 para aperitivos e vislumbre das “máquinas” de forma a começarmos o almoço às 13H00.

http://www.papagaiodaserafina.com/index.asp

Restaurante Papagaio da Serafina

Restaurante situado em Monsanto, rodeado de arvoredo, apresenta uma grande variedade de pratos. A cozinha tradicional é polvilhada de criatividade. O espaço convida a ficar mesmo depois da refeição. O estacionamento não falta, nem mesmo o ar, que aqui ainda parece puro, apesar de estar bem perto do centro da cidade. Tem ainda um parque de diversões, o que o torna ideal para levar os miúdos. E depois a qualidade da comida é garantida. Segredos que fazem de clientes, amigos.


Venha, participe e traga um amigo(a).
Se a METEO não ajudar, e caso não queira trazer o seu clássico, venha à mesma com seu carro normal o “repasto” espera-nos.

MUSEU

A palavra vem do latim "museum", que por sua vez é derivado da Língua grega antiga "mouseion".
Na sua origem, um museu era um templo das musas, deusas da memória, filhas dela com Zeus. Mnemosine, a musa da memória, é filha de Gaia com Urano. Mais tarde, na época da Dinastia ptolemaica, Ptolemeu II Filadelfo mandou construir em Alexandria um edifício a que chamou "Museu". Estava dedicado ao desenvolvimento de todas as ciências e servia, além disso, para as tertúlias dos literatos e sábios que ali viviam, sob o patrocínio do Estado. Naquela instituição foi se formando, gradativamente, uma importante biblioteca.
Um museu é uma instituição de carácter permanente, administrado para interesse geral, com a finalidade de recolher, conservar, pesquisar e valorizar de diversas maneiras um conjunto de elementos de valor cultural e ambiental: colecções de objectos artísticos, históricos, científicos e técnicos.

Os museus são instituições especializadas, e, por isso, necessitam de mão-de-obra qualificada, como museólogos, restauradores e outros profissionais, capazes de manter a conservação do acervo. Ele é dirigido geralmente por um curador, quem tem uma equipe de funcionários que cuidam dos objectos e arranjam sua exposição.

Se atentarmos bem nestas palavras, verificamos que nós somos estes curadores. A expensas próprias mantemos viva a memória dos outros, restaurando e cuidando de um património que de outra forma estaria esquecido ou desfeito.

Primeira reunião do C4:



Foi no passado dia 15 de Março que alguns “aviadores” se reuniram para traçarem os primeiros objectivos no clube. Numa deslocação à VI Automobilia Ibérica na Moita, iniciada no belo Convento dos Capuchos em Almada, demos início a um cortejo lento mas muito agradável. Inclusive fomos mandados parar pela GNR, uma vez que somos iguais aos outros que por ai andam, contudo não excedemos os limites de velocidade...lol. E assim nasceu, o que se pode considerar a nossa primeira reunião, conforme as fotos abaixo o comprovam:

Chevrolet Corvette Stingray 1975


Equipado com um motor V8 L-48 da GM, de 5,737 Cm³ e com 165 Cv de potência, faz com que a condução deste "Vette" seja tudo menos normal. Para os mais puristas pode parecer que o motor tem pouca potência, mas isto é fruto da grande crise de petróleo que se viveu nos 70's. As marcas americanas foram forçadas pelo governo de então a reduzir substancialmente os consumos de combustível. A GM encontrou esta solução no reacondicionamento dos seus motores com taxas de compressão mais baixas, reduzindo a sua potência.
As inovações introduzidas foram várias e extraordinárias para a época. Aparece com um novo distribuidor HEI (High Energy Ignition), catalizador, controle de emissão de gases de escape e é o primeiro “Vette” a mover-se com gasolina sem chumbo. Se a isto juntarmos travões de disco duplos com “power brakes” às quatro rodas e direcção assistida de série achamos que estamos na presença de qualquer exigência moderna, mas não,.... era assim em 1975.
Com um magnífico binário de 346 N.m @ 2400 rpm faz as delícias de quem o conduz. A posição do condutor é praticamente em cima do eixo traseiro, fazendo com que qualquer passeio "domingueiro" seja mais parecido com as 500 Milhas de Indianápolis.
1975 foi o último ano dos descapotáveis, a Chevrolet decidiu suspender a partir deste ano a sua produção só a retomando novamente em 1986, já com a quarta versão do Corvette.
É sem dúvida um clássico de respeito amado por muitos e odiado por outros, contudo ninguém fica indiferente à sua passagem. Parafraseando um perito americano, que tem por trabalho experimentar e avaliar estes carros:
“Não consigo conduzir este carro, sem primeiro deslizar as mãos sobre as curvas desta magnifica carroçaria que só se equipara a um modelo da 'Victoria's Secret'”.